segunda-feira, 25 de abril de 2011

Retorno ao Ultra-Romantismo


Como eu queria te dizer
Que você é mais apenas um elemento humano
Apenas uma criação da natureza
Mais uma neste infinito funesto
Porém meu interior grita em estado de agonia
A crua e mais crua poesia
Que sem seu ser
Serei apenas mais um
Sem rota, sem rumo
Sem guia
Sem caminho
Somente mais um perdido no espaço

Minha última gota de existência
É como uma melancólica poesia
Que demonstra tristeza e demência
Praticamente ausente de alegria

Pode ser ilusão
Exagero
Emoção
Ou mais um desespero
Mas,
Tudo, tudo mesmo!
Foi por você e para você

Sair desse longo pesadelo
Que só aumenta
Transformando-se em grande tormenta
Que não consigo retirar

Acho que já fui tudo
E se perguntarem se agora sou
Respondo somente que já fui
Porque eu me definhei em saudades
Aprisionei-me em mentiras
Que só em remorsos me recordo
Da dor interna que faz uma imagem
Do sentimento eterno que não me abandona

Já prometi andar novamente
Caminhar longe dessa desilusão
Para poder viver melhor
E viajar para um lugar longínquo
De uma existência atormentada

Foram quedas
Foram lágrimas
Desejos
Foi tudo
E hoje de tudo, tenho nada
De qualidades
“O amor tirou”

Hoje apenas há uma poeira escondida
Um indivíduo esquecido
Que carecia de alguma sina
Para escapar desse grilhos da vida

A solidão foi o resultado
Fui vítima de meus próprios sonhos
Como uma autodestruição
Que deixou os devaneios extinguirem uma imensa dimensão de pensamentos
Onde morbidez, tédio e angústia
Transformaram-me em um grande martírio

Lembrando da última rosa
Chorei
Pensando na última rosa
Gritei
Amando a última rosa
Morri
Fechei meus próprios olhos
E se vivo? Nem isso eu sei
Que de joelhos implorarei
Para que esse caos cesse

Às vezes me consolo
Refletindo em seus lábios
Pensando no teu cheiro
Olhando tua pele
Porém é só isso
É só por essa razão e nada mais
Que estou aqui comigo
Respirando
Pulsando
Existindo, mas não vivendo

Posso até descobrir horizontes
Até fugir das dores que me aplacam
Ou descobrir um outro planeta
Onde a filosofia não se esconda em ilhas
Mas se exteriorize no perfume de teu corpo

Compreender isso é difícil
Sentir é pior
Mas esconder é impossível
Talvez meus olhos já tivessem revelado
Ou dar uma pista para essa verdade
Que fundamenta minha vida
Que direciona meu espírito
Talvez algum dia ou em outra dimensão
Mesmo onde a inteligência racional esteja ausente
Eu te direi o que cresce em meu peito

Pode ser um rito à loucura
Contudo, só sei
Que esse fanatismo que tenho por você
Não afasta a solidez de um dia tê-la(o) novamente.

Raul Lennon